Muitas pessoas, quando pensam em paraquedismo, não enxergam a atividade como uma coisa próxima, ou possível para si. O pensamento da maioria das pessoas se resume em “isso não é pra mim”, imaginando ser algo muito difícil, ou muito perigoso para uma pessoa normal. Com isso, muitos não buscam se inteirar do assunto, ou, no máximo, chegam a fazer um Salto Duplo com instrutor, despreocupado, afinal, a responsabilidade, neste caso, está toda com o profissional, chamado Piloto Tandem.
A verdade é que esse esporte é mais fácil e menos perigoso do que parece. Com movimentos simples, regras bem definidas e processos de segurança sempre em duplicidade, o paraquedismo está ao alcance de quase todas as pessoas.
Os aventureiros que desejam ser paraquedista, primeiramente devem procurar uma escola de paraquedismo, de preferência, uma que seja referenciada por algum amigo de confiança, reconhecida por seguir as normas na íntegra, afinal, estamos falando de vidas humanas envolvidas. Ao se inscrever para o curso de paraquedismo, ele será cadastrado em uma entidade (Confederação Brasileira de Paraquedismo – CBPq, Associação Brasileira de Paraquedismo – ABPQD ou Academia Brasileira de Paraquedismo ABRA) e fará um curso teórico com duração aproximada de 8h, seguido de 7 níveis, que correspondem a 7 saltos. Nos 3 primeiros saltos, o aluno é acompanhado por 2 instrutores. Nos 4 últimos, por apenas 1 instrutor. Sendo aprovado nos 7 níveis, o 8o salto ocorre solo, ou seja, sem acompanhamento de instrutor. Neste momento, o paraquedista já possui as habilidades necessárias para controlar seu corpo em queda livre, acionar seu próprio paraquedas, conhecer totalmente seu equipamento, navegar e pousar por conta própria. Ainda assim, um instrutor da Escola acompanha indiretamente o recém formado até o seu 25o salto livre, onde ele passa a ser um atleta categoria A (segundo as normas da CBPq).
Quanto à periculosidade, pesquisas mostram esportes, aparentemente muito mais “tranquilos” em posições de destaque neste quesito do que o paraquedismo, como por exemplo mergulho e ciclismo. Estudos apontam que a grande maioria dos acidentes fatais no paraquedismo ocorreu em virtude de mau julgamento do paraquedista, ou quebra de regras, seja na navegação do paraquedas ou durante o pouso.
Apesar de ser de risco, o esporte é regulado pela CBPq, que impõe limites e regras bem definidas, bem como aplica uma fiscalização da instrução e da manutenção de equipamentos, através de comitês específicos. São exemplos de regras e limites: pré-requisitos para iniciar um curso, requisitos para assunção de cada categoria e permissões de acordo com a experiência de cada paraquedista, carga alar máxima, altura mínima de acionamento do paraquedas, limite de vento, vida útil de um equipamento, condições de lançamento, readaptação, saltos sobre massa d’água, regras de cursos e etc.
Devido a este fato, e demais considerações acima, podemos deduzir que o paraquedismo, desde que realizado dentro das normas previstas, acompanhado por uma Escola de Paraquedismo séria e responsável, representa um esporte seguro, simples e controlado.
Diferentemente dos demais esportes, o paraquedismo, após iniciado, não sugere apenas mais uma atividade física, mas uma mudança completa no estilo de vida, aguçando os valores de disciplina, controle, paciência, coragem, atenção e responsabilidade no indivíduo.
Diego Gabriel da Silva